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21/06/2010

Mustaine e King comentam sobre relação com o Metallica

Chris Krovatin da revista Revolver procurou pelo guitarrista do Slayer, Kerry King, na Áustria, e o líder do Megadeth, Dave Mustaine, em Warsaw, Polônia, para discutirem sobre a participação das duas bandas na chamada turnê européia dos "Big Four" - uma série de participações no festival Sonisphere contando com Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax, as quatro bandas que originaram o thrash dos anos 80. Alguns trechos da discussão pode ser conferidos abaixo.

Revolver: Como surgiu a turnê dos "Big Four"?

King: Era algo que foi tentado fazer com que acontecesse, então só precisou que todos assinassem isso. Eu preciso te falar, cara, eu não acredito, em 27 anos desde que nós lançamos nosso primeiro disco, que ninguém tentou fazer isso. Porque agora que está acontecendo, é tão legal, é tão importante, que todo os territórios no mundo querem isso. Eu não sei porque demorou tanto tempo.

Mustaine: Nós tívemos algumas oportunidades de fazer alguns festivais, e nós estávamos fazendo as datas do Carnage [com o Slayer], que foram, claro, tão populares nos Estados Unidos e Canadá. Para mim, pessoalmente, eu não vi isso acontecer... Jantei com o Lars [Ulrich] na outra noite, ele me disse que ele falou com o empresário de turnê do Slayer há um ano e meio sobre se isso ia acontecer ou não, então eu pensei, Deus, ainda bem que eu não sabia disso há um ano e meio, pois eu teria passado todo dia pensando em "eu tenho um show gigante se aproximando".

Revolver: Por muito tempo, pareceu que havia um sangue ruim entre vocês, especificamente entre Slayer e Megadeth, e Megadeth e Metallica. O que amaciou esse bife?

King: Antes de fazemos a turnê australiana e japonesa com o Megadeth, eu estava lendo a edição da Revolver com o Slayer, e lendo essa entrevista que fizemos com Dave. E eu não conseguia me lembrar porque eu não era mais amigo desse cara - eu não conseguia lembrar porque eu tinha ficado bravo. Então nós fomos para o aeroporto, e eu vi ele saindo do salão, e eu cheguei, apertei sua mão, e disse, "Ei, cara, eu acho que não falo com você há uns 15 anos!". Nós tínhamos um monte de datas por vir, e honestamente, quando eu falei com ele, eu lembrei do cara que eu curtia 25 anos atrás.

Mustaine: Nós simplesmente aprendemos como voltar atrás e ver o que significávamos para o mundo, os "Big Four", e como cada banda contribuiu com isso de seu próprio jeito. Eu tive uma grande mudança em toda a minha forma de ver a vida ao participar dessa turnê, dessas datas, com um relacionamento totalmente novo. A primeira pessoa com a qual eu falei foi Kirk [Hammett]. Nós conversamos por um tempo, e então no jantar, eu sentei do lado de James [Hetfield] e Lars, e foi legal ver isso - o quanto nós mudamos o mundo... Vinte anos atrás, esta turnê provavelmente não aconteceria - nós éramos todos jovens, e não estávamos lidando com a fama muito bem.

Revolver: O que o Slayer representa nos "Big Four"?

King: Nós representamos tudo que é mau no "Big Four", e historicamente, eu acho que nós representamos melhor o thrash, mas é engraçado como essas quatro bandas deste mesmo movimento se tornaram entidades diferentes.

Revolver: E o Megadeth?

Mustaine: Nossas letras são um pouco mais profundas que de alguns outros, mas nós somos todos diferentes, cada um de sua forma - as letras do Slayer são realmente diferentes das do Anthrax. Nós somos como uma janela de quatro partes, sabe - quatro pontos diferentes de vantagem, todos passando a mesma mensagem.

Revolver: Já que o Metallica está encabeçando estes shows, Kerry, eles deveriam se preocupar em serem chutados do palco por um de vocês?

King: A única coisa que eu não estou feliz - e nós não sabíamos disso até chegarmos aqui - é que não é sempre os "Big Four" em seguida. Alguns dias, há bandas entre nós, e isso é meio desanimador. Uma noite terminando com Anthrax, Megadeth e Slayer seria brutal. Eu não tenho nada contra essas outras bandas, mas eu não sabia disso. Mas sim, nós abrimos para o Metallica algumas noites. Eu vi o Metallica duas vezes nessa turnê, e eles não tem todas as parafernalhas que eles tinham nos EUA, mas eles estão detonando. Eles são profissionais, cara, eles não terão problemas. Dito isso, cara, nosso set é brutal, e não está lá para fazer amigos.

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