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15/05/2010

Confira trechos de nova biografia de Hetfield

Confira abaixo trechos traduzidos de "James Hetfield: The Wolf At Metallica's Door", a biografia não autorizada do icônico frontman do Metallica, que está prevista para ser lançada em 22 de Abril na Europa pela Independent Music Press (não há previsão de lançamento no Brasil). Assinado pelo autor escocês e jornalista Mark Eglinton, o livro conta com entrevistas com figuras chaves do passado de Hetfield, que dão uma visão sobre a educação dura que moldou o homem que ele se tornaria mais tarde.

Como um aspirante a rock-star em sua própria mente, trabalho normal não era algo que James Hetfield se interessava muito, e para tornar as coisas piores, sua mãe insistia que ninguém pensaria em contrata-lo a não ser que ele cortasse seu cabelo. Isto, segundo James, não aconteceria em breve. "Bem, cabelo longo é parte da música, mãe. Sabe, se eu tiver cabelo curto, eu não posso tocar rock, sabe. Não tem como", Hetfield admitiu posteriormente.

Cabelo longo ainda intacto, a música continuou a ser a fuga escolhida e nesta época James estava procurando ativamente uma banda para entrar ou formar.

Assim como Ron McGovney, outro colega chamado Dave Marrs tinha um gosto similar pelo rock do final dos anos 70 (inicialmente sem se conhecerem). Como resultado, foi talvez inevitável para eles gravitarem juntos.

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"Ron e eu na verdade éramos amigos primeiro, e todos nós conhecíamos James, mas ele nunca estava em nosso pequeno círculo de amigos que tínhamos", Dave disse ao autor. "Então no colegial, ele estava na mesma turma que eu de biologia e eu estava com a minha camiseta do Kiss, e ele estava com a sua camiseta do Aerosmith, e nós nos tornamos realmente bons amigos. Tudo meio que começou a partir daí."

Então James, Ron e Dave estavam no mesmo círculo - baseado imensamente no amor pela música - e esta foi uma ligação que duraria por vários anos. O grupo passaria tempo fazendo coisas que as crianças fazem, que em Downey significa ir no curso de mini-golf da cidade onde há video-games, ou o boliche local onde o trio passava o tempo livre jogando sinuca. Nada fora do comum, apenas vida comum de adolescentes nos subúrbios californianos.

Os dias de escola continuaram na Downey do final dos anos 70, com o rock tomando uma posição no topo deste grupo de adolescentes de mentalidade parecida. Embora James passasse a maior parte do tempo pensando em como entrar em algum tipo de banda, ele não era totalmente sem talento em outros departamentos. "Eu diria que ele era um estudante bem normal em geral", relembra McGovney. "Praticar guitarra tomava muito do seu tempo! Mesmo naquela época, era óbvio que música era o caminho a seguir. Mas ele ia bem nas aulas de arte, no entanto, e provavelmente poderia ter feito uma carreira disso", completa McGovney.

Este talento artístico precoce é algo que se provaria útil no futuro, e a habilidade de Hetfield criar uma imagem - seja artisticamente para uma capa de álbum, ou liricamente para uma música - seria de um valor intrínseco para seu futuro papel em todas as suas bandas, mais notavelmente no Metallica.

Por mais que James quisesse formar sua própria banda e por mais desesperado que ele estivesse para ser a força por trás disso, aquilo que ofereceria a James sua primeira chance de tocar - simplesmente chamada Obsession - foi fruto de dois irmãos chamados Ron e Rich Veloz. Marrs conta a história sucintamente: "Eu era bom amigo dos irmãos Veloz e eles tinham algo rolando com a banda deles. Eles tinham outro amigo com eles chamado Jim Arnold também. Eles falaram, 'nós precisamos de outro guitarrista', e foi assim que James acabou entrando no Obsession."

Arnold mesmo disse ao autor sobre a primeira vez que ele foi na casa de James: "O que eu lembro mais é que ele tinha uma silhueta em tamanho real na parede do quarto. Do que eu lembro, era Steve Tyler e Joe Perry do Aerosmith, e eu acho que ele disse que sua mãe que pintou para ele. Era bem legal!"

Obsession consistiria no Hetfield na guitarra, os dois irmão Ron e Rich Veloz no baixo e bateria, e Jim Arnold na guitarra solo. Qualquer banda precisa de uma equipe de roadies boa, então McGovney e Marrs entraram exatamente para isso, embora Marrs tenha admitido que o papel deles era talvez um pouco exagerado: "Nós éramos mais como amigos do que roadies de verdade."

Os irmãos Veloz tinham uma garagem e esse espaço se tornou o local para ensaios com Marrs e McGovney fazendo um tipo de painel de controle cru para dar ao lugar um pouco de efeitos de luz básicos. Marrs relembra os detalhes: "Eles só tocavam em festas de fundo de quintal naquela época. Eles eram só a sua banda normal de garagem. Eles faziam covers de UFO, e eu acho que eles tocavam 'Communication Breakdown', músicas boas como essa. Eu lembro que os irmãos Veloz tinham alguns semáforos ou algo assim, e eles penduraram na garagem e nós íamos lá e brincávamos com as luzes. Nós éramos crianças de 15 anos e não sabíamos o que estávamos realmente fazendo lá, com certeza não sabíamos. Foram bons tempos no entanto."

Jim Arnold morava no final da rua na época, e ele também tem boas memórias dos dias de garagem do Obession: "Nós contruímos uma parede dentro da garagem e isolamos acusticamente metade dela usando carpete e papelão. James vivia há algumas milhas dalí e ele usava o carro da sua mãe para dirigir até lá, ou nós íamos e o pegávamos. Nós passamos muito tempo nessa garagem; era nosso lugar para praticar e festear."

Embora não existam gravações da banda em ação, é seguro dizer que o Hetfield da época do Obsession e aquele que todos nós conhecemos agora são polos distintos.

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